Vivendo com Esclerose Múltipla – A história da Sandra

whatsapp-image-2016-09-01-at-09-02-30Nesta edição do Espaço do Leitor, vamos conhecer o relato de Sandra Correia, que conta um pouco sobre sua vida e convivência com a Esclerose Múltipla. Esse distúrbio, assim como os demais tipos de Escleroses, não é classificado como discinesia, mas pode acarretar sintomas secundários típicos de alterações nos movimentos corporais. Acompanhe a seguir a narrativa da Sandra.

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“Chamo-me Sandra Correia, tenho 59 anos. Aos 56, descobri que era portadora de Esclerose Múltipla, uma doença neurológica, autoimune e degenerativa. Após uma análise, juntamente com minha neurologista, chegamos à conclusão de que eu já tinha sintomas que sugeria ação da doença em meu corpo desde criança, pois sempre fui uma menina muito cansada, não era muito ativa e, muitas vezes, conforme as circunstâncias, desabava em prantos porque sentia muita canseira. Eu também tinha sempre infecção na garganta, mas nada que precisasse de médico, pois minha mãe usava remédios caseiros e eu melhorava.

whatsapp-image-2016-09-01-at-08-57-45Nasci em Bauru/SP, mas aos quatro anos de idade, me mudei para Araçatuba/SP. Comecei a trabalhar aos 14 anos, num escritório de contabilidade, e aos 20, fomos em família para São Paulo. Lá, logo comecei a trabalhar e, devido à distância e à correria, eu sentia um tipo de tontura, ou seja, um desequilíbrio, mas como minha pressão era baixa (sempre nove por sete), eu tomava remédio e me sentia melhor. Cheguei a fazer tomografia computadorizada, exames nos ouvidos para checar labirintite, e nada foi detectado.

Em 2001, senti dificuldade para enxergar. O médico receitou óculos para perto e para longe, e também pediu que eu consultasse um neurologista, mas como nessa época eu estava sem convênio, comprei um remédio para tontura por minha conta e foi esse o meu grande erro. Se eu tivesse corrido atrás antes e conseguido diagnosticar a Esclerose na época, eu não estaria sem andar, porque durante esse período a doença foi lesionando a medula e, quando por fim foi diagnosticada, eu já estava usando cadeira de rodas. Apenas quando eu estava tratando da coluna, já há mais de dois anos com investigação para uma cirurgia, um ortopedista fez um pré-diagnóstico da Esclerose.

Aposentei-me aos 48 anos, e meu esposo propôs que mudássemos de volta para Bauru, isso em março de 2006, e em agosto mudamos. Mas, ainda em São Paulo, em 2005, descobri ser portadora do temido Diabetes. Mesmo depois de emagrecer muito, comer bastante e beber muita água, o diagnóstico ainda demorou.

whatsapp-image-2016-09-01-at-09-11-36Atualmente, tenho espasmos, muita canseira, problemas na visão, desequilíbrio, e o pior é o surto, que seria uma crise da Esclerose, mas tomo medicamento para controlar tudo isso. Quando tive um surto antes da doença ser realmente confirmada pela ressonância, perdi um pouco da visão. Também tive problemas na fala, perdi os movimentos das pernas e mãos. Nessa época, eu precisava de ajuda para fazer transferência da cama para a cadeira de roda e ir ao banheiro. Após tomar a pulsoterapia, que é um corticoide com soro, tive melhora considerável. Tomo também, pelo SUS, uma infusão de 250 ml de Natalizumabe, uma vez ao mês, que custa por volta de oito mil reais por dose. Isso é para não ter mais surtos.

Minha casa não precisou de muitas adaptações, pois consigo me locomover com a cadeira sem problemas, mas na rua, tenho dificuldades com o transporte. Antes de eu ser cadeirante, a questão da acessibilidade era vista por mim muito de longe, como todos que não têm deficiências a veem hoje.

Bom, pessoal, contei só um pouco da minha história aqui, pois, se fosse contar tudo, daria um livro, rs.

Sandra Correia”.

* Créditos das fotografias: arquivo pessoal.

3 comentários

  1. Sandra tudo bom ? Eu tenho uma pergunta . Os médicos estão desconfiado que eu possa ter em . A ressonância não deu nada mas o medico passou um exame de visão para olhar o nervo otico já que estou com problemas de visão que nunca melhoram . Você sabe se e possível mesmo a ressonância de crânio não indicar nada eu ter EM? Obrigada!

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  2. Pingback: Dyskinesis participa da Feira Reatech 2017 | Dyskinesis

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